Papa participa da Via Sacra e alerta sobre o uso das redes sociais

O quinto dia da visita do Papa Francisco ao Brasil terminou com a Via Sacra, momento que faz parte das atividades da 28ª Jornada Mundial da Juventude. O Pontífice percorreu novamente toda a Avenida Atlântica após descer de helicóptero no Forte de Copacabana, a exemplo do que aconteceu na quinta-feira quando o Santo Padre acolheu oficialmente, os jovens peregrinos. 

As estações da Via Sacra foram montadas ao longo da avenida sendo que a última aconteceu no palco principal, onde estava o Papa que acompanhou toda a encenação através dos telões montados na praia. 

No total, cerca de 700 pessoas, entre artistas e jovens voluntários de Brasil, Porto Rico, México, Argentina, Alemanha e Estados Unidos representaram em todas as estações, o sofrimento de Cristo durante o seu calvário. Os problemas mais comuns que envolvem a vida moderna também fizeram parte da apresentação. 

O amor, a vida, as doenças, a prisão, as drogas, os meios de comunicação modernos e a religiosidade são alguns dos temas que foram apresentados por 280 jovens que fizeram referência às missões, à conversão, às mães jovens, à defesa da vida, à vida dos casais, às mulheres que sofrem aos estudantes e às doenças. 

A Cruz Peregrina, a cruz de madeira que João Paulo II entregou aos jovens do mundo em 1984 para que a levassem por todo o planeta e é o símbolo das JMJ, foi carregada por 20 jovens dos cinco continentes. 

Um dos textos lidos durante a Via Sacra representa as confusões entre o real e o virtual, proporcionadas pelas redes sociais. Na décima estação, os jovens foram alertados sobre o "risco de dispensar o encontro com as pessoas pelos contatos na rede". A reflexão ocorreu logo após o ato no qual "Jesus é despojado de suas vestes". quando a figura de Jesus Cristo, enfim, ganhou representação humana na Via Sacra da JMJ.

Na primeira estação, que representa a condenação de Cristo, o ator Eriberto Leão e um missionário da Igreja Católica leram trechos do Evangelho. O deslocamento da cruz foi feito por meio de um pedestal, carregado por jovens. Não houve representação humana de Jesus até a décima estação.

Na terceira estação, quando Jesus cai pela primeira vez, duas voluntárias leram passagens do Evangelho. Uma delas afirmou ser de uma favela do Rio, na qual "jovens são feitos reféns".

A quarta estação marcou a primeira aparição da virgem Maria. Grávida, a voluntária Ana Júlia Hammer Lemos leu um texto baseado no Evangelho de Lucas.

A sétima estação representou a "importância do amor entre os jovens", e trouxe 12 casais simbolizando operários. Em seguida, na oitava estação, 15 mulheres aparecem em um cenário representando diversas profissões.

A nona estação trouxe cadeirantes e voluntários com roupas de motoboy. Já a décima, quando "Jesus é despojado de suas vestes", a figura de Cristo enfim ganhou representação humana.

Com ferimentos e sangue espalhado pelo corpo, o ator percorre o trajeto no qual Cristo, segundo a Bíblia, teve suas roupas retiradas pelos soldados romanos. As vestes foram divididas em quatro partes, uma para cada soldado, exceto a túnica.

O Papa Francisco fez uma meditação sobre este momento e disse que “na Cruz de Cristo está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: coragem!” E concluiu: “Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para dar esperança, dar-lhe vida”.

Ao final o Papa pediu aos jovens “que se deixem contagiar pelo amor que nos ensina a olhar sempre para o outro com misericórdia, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera por uma palavra, um gesto”.

Reportagem: Luciano Batista

Fotos: Rodrigo Antonio

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